Esta noite
Garuda me trouxe um presente
Em sigilo, no escuro (da noite)
A cabeça de uma serpente
Esta noite
Garuda me levou embora
E por entre ruas e becos
Já não se ouvia o som do jazz, samba
Nem poesia
Nem música
Nem arte soprada aos ventos
Só havia silêncio
Só havia o silêncio
Como no absoluto vácuo do espaço
Como no absoluto vácuo do espaço, de um coração devorado
Esta noite
Garuda chorou
Sobre o túmulo hipotético de Allen Ginsberg, Oswald de Andrade
Como um corvo de cabeça dourada
Esta noite
Garuda morreu
Pois não há mais noite
Namastê